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Opinião: Amor ao poder

Anne Seixas

É assim que descrevo o que senti ao assistir Getúlio. O longa estrelado pelo excelente ator Tony Ramos traz a nós, geração que não viu o Golpe, uma sensação de simpatia pelo ex-ditador. Em parte pela grande atuação, em outras, pelo roteiro que é, de certa forma, romântico ao fato de Getúlio não saber sobre o atentado ao jornalista Carlos Lacerda, seu opositor.

Me lembrou um pouco a história entre o ex-presidente Lula e o Mensalão. Dadas as devidas proporções, e ainda que o filme me diga que não, difícil é acreditar que, bem, ele não sabia de nada.

Claro que devemos resguardar o fato de o filme se prender aos últimos 14 dias de vida do célebre ex-presidente, definido por si mesmo como imortalizado na história, traz uma grande carga emocional. A grande pressão pela renúncia, traição de seus aliados fez com que Getúlio Vargas preferisse sair morto à ser deposto da presidência.

Outro ponto que se destaca e traz ainda mais perto o telespectador é a relação com a filha Alzira, vivida por Drica Moraes. Nela, ele encontra um braço direito. A filha, por sua vez, assume a responsabilidade de ser quem é e toma as rédeas do que o pai, com resquícios de Ditadura, a permite. Entre cenas doces e palavras duras, a família basicamente composta por eles, visto que tanto a esposa quanto os outros filhos, à excessão de Marcelo Médici, que viveu Lutero Vargas.

Entre uma boa fotografia, cenário e produções, Getúlio é um bom filme. Merecia uma ou outra melhoria, mas vale a pena respirar um pouco de história do Brasil.

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