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Democracia: construir e preservar

Andréa Romero


Para recordar os 50 anos do golpe militar, muitas escolas, universidades e espaços culturais estão organizando exposições e eventos. Diversas faixas etárias estão debatendo esse assunto até então pouco discutido e que merece importante atenção.

Na terça-feira (10/06) aconteceu o simpósio que deu a largada para a ECCO 2014 - Encontro de Comunicação do Colégio Objetivo de Cosmópolis, que será em Agosto. O debate contou com a presença de diversos professores e os alunos do 9º ano ao 3º colegial.

Esse ano a ECCO terá como tema: “30 ANOS DO FIM DA DITADURA MILITAR: PASSADO É LIÇÃO PARA REFLETIR E NÃO REPETIR”.

Mediado pelo professor André Aparecido Garcia, juntamente com os professores Paulo Henrique Honorato Lixa, Vera Lucia Borelli e Georgina Abedrapo, foram abordadas as seguintes questões: A Ditadura na América do Sul, A Ditadura no Brasil e vivências da Ditadura no Chile, respectivamente. No final do simpósio foi divulgado o cartaz vencedor do concurso que representará a ECCO, juntamente com a apresentação de algumas músicas que marcaram o regime pelo professor Wagner Bico e a banda Objetivo.

Algumas das músicas apresentadas foram: “Jorge Maravilha” de Chico Buarque e “O Bêbado e a Equilibrista” de João Bosco e Aldir Blanc que na voz de Elis Regina ficou conhecida como o hino da Anistia.

Além da retrospectiva história abordada, muitas frases citadas pelos professores fizeram os alunos refletir sobre a ditadura.

Além dos professores que participaram do debate, estavam presentes vários outros docentes do colégio, entre eles a professora de Português Doraci Rodrigues, que na época da ditadura ministrava aulas de Educação Moral e Cívica.

Em entrevista, Doraci, que na época dava aulas na antiga Escola de Comércio de Cosmópolis, conta que todos tinham uma preocupação muito grande sobre o que falar. Ela comenta que preparava as aulas e fazia um bate papo com os alunos. “O grande foco da disciplina era a comemoração das datas cívicas”. Durante as solenidades, lembra que fazia discursos para os alunos, abordando a cidadania e a importância de lutar pelo país. “Mesmo não estando a favor, eu era obrigada.”

Doraci conta também que as aulas eram dadas de porta aberta. “Não podíamos fechar. Se estivesse fechada, eles entendiam que estávamos falando algo que não podia.”

Uma lembrança durante o período que lecionou essa disciplina foi quando um aluno perguntou o que era comunismo. “Juro, eu tremi. O que responder com a porta aberta”?

Para ela, esse tempo deixou um alerta no sentido de que as pessoas precisam ser mais atentas e politizadas.

“Ditadura nunca mais. Sofremos na pele esses anos que passamos por ela, não podíamos fazer nada”.

Na ECCO, Doraci vai apresentar com os alunos do 6º ano as músicas da Jovem Guarda e outros conjuntos que representaram a história política musical.

A professora Regiane Souza, também organizadora do encontro, explica que por se tratar de um evento de comunicação, o foco é principalmente apresentações; de teatro, música, palestras. “O dia da ECCO é um grande espetáculo”, finaliza.


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