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Amor e Revolução: Grupo de militares tentaram tirar a novela do ar

Exibida pelo SBT no ano de 2011, a trama tinha o Golpe de 64 como eixo principal e causou polêmica entre os militares

Jacqueline Gava

Escrita por Thiago Santiago, com colaboração de Renata Dias Gomes e Miguel Paiva, a novela brasileira “Amor e Revolução” foi uma obra representativa na história da teledramaturgia do país e causou polêmica em diversos sentidos, entre eles o de ser a primeira telenovela a ter a ditadura militar brasileira como parte central de seu enredo e a exibir um beijo gay.

Logo após a estreia, um grupo de militares pediu ao Ministério Público o fim da exibição da novela através de um abaixo-assinado apresentado pelo Portal Militar, por não concordarem com o que estava sendo exibido, já que a novela apresentava cenas de tortura que os militares aplicavam nos manifestantes. O autor do documento é José Luiz Dalla Vecchia, membro da diretoria da Associação Beneficente dos Militares Inativos da Aeronáutica (ABMIGAer), que acusa o governo federal de ter feito um acordo com o SBT para facilitar a aprovação da Comissão Nacional da Verdade, em troca de anular a dívida do Banco Panamericano, de Silvio Santos, dono da emissora.

De acordo com Thiago Santiago, em entrevista concedida ao canal “Extra”, “a novela é respeitosa com as Forças Armadas, mostrando herói militar e oficiais democratas, a favor da legalidade". Ele disse ainda que o argumento de que a novela estaria relacionada com o saneamento do banco PanAmericano também não procede. "A proposta partiu de mim para o SBT e não vice-versa. Comecei os trabalhos antes de saber que havia qualquer problema com o banco e antes de saber também que a presidente Dilma Rousseff seria eleita", declarou. Santiago ainda disse que a tentativa de querer tirar a novela do ar "interessa apenas aos criminosos, torturadores e assassinos, que violaram as convenções de Genebra, nos chamados anos de chumbo da ditadura militar". Em 18 de abril, o pedido foi arquivado.

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