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Tropicalismo e a diversidade da moda nos anos 70; Audácia ou estravagância?

Manuela da Costa


O tropicalismo foi um movimento surgido em 1967, que de forma irreverente revolucionou o modo de fazer a música popular brasileira. Nesta época, enquanto se desenrolava a Ditadura Militar, a moda era marcada pelos estilos Hippie, que no Brasil ganhou força a partir dos anos 70, quando o mesmo era adepto ao lema “paz e amor”, o que apelava para proibição de bombas, criticando assim o uso de armas nucleares. Desta forma, pode-se dizer que os anos 70 foram marcados no Brasil e fora dele pelos grandes festivais.

O espírito livre era uma grande característica da moda nesta década, as pessoas passaram a ter mais liberdade nas suas formas de vestir. A partir daquele momento começou a se notar mais exposição e ousadia nos diversos modelos de vestuários, já que cada um poderia usar o que melhor apreciava sem nenhuma restrição. Era tendência na época ver os homens usando cabelos compridos, calças ‘boca de sino’, batas floridas e aplicações. Segundo o estilista Robson de Camargo, as pessoas eram simples. “O perfume da simplicidade, estava completamente tomado por todos os que deste movimento faziam parte”, comenta.

As principais peças de roupas usadas pelas mulheres e o homens da mesma época eram: camisetas e camisas justas, saias longas floridas e com muitas estampas e adornos na cabeça, principalmente nas mulheres. Assim como na esfera da política e economia, a Ditadura também trouxe e deixou alguns resquícios em modelagem. Desde os tecidos, a alta custura e alguns dos modelos da época. No caso das roupas militares que eram usadas no período, hoje se pode também observar boa parte das pessoas que aderem ao uso deste tipo de roupas.

Estilo militar é uma pequena herança deixada para a moda atual, já que no tempo da Ditadura o mesmo tipo de roupa, só era permitido para os militares. Pessoas comuns não deveriam usar porquê era proibido contra lei, e era visto como um tipo de manifesto da população. Método era também uma forma de diferenciar os militares dos demais, e quem ousasse fazer uso desse tipo de vestuário sem fazer parte da corporação militar era preso. “O militarismo de jaquetas e casacos com cortes extremamente retos e bolsos retangulares e chapados, geralmente quatro na frente do casaco, hoje em dia é muito comum. Várias marcas fabricam roupas com estampas militares, principalmente quando vem de uma tendência forte de moda”, afirma Camargo.

Nesta década também se notava uma grande diferença nos modelos de praia usados pelas mulheres. O que antes era um short mais decente para o banho ganhou então uma certa ousadia e extravagância ao começarem o uso dos biquinis refinados de cintura alta. Por ser considerada como uma fase de liberdade, foi então apartir daquele momento que passou a se perder um pouco do padrão mais decente e o lema “ser livre” começou a ter tanto sentido na vida daquelas pessoas, que elas passaram a vestir sem receio e não ter medo de ser expor suas personalidades.


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